sexta-feira, 25 de julho de 2008

[...]É difícil viver as verdades do mundo
Quando o seu coração não se sente à vontade[...]

É completamente estranho e díficil viver tais verdades, quando seu coração sente que tais verdades estão mascaradas em mentiras. As vezes, as mentiras na verdade são omissões, mas não importa. Às vezes, nem são mentiras, são estados de perseguição psicológica. Talvez nós mesmos, criamos um defeito, uma mentira para fugir do que realmente queremos. Outras, um sexto sentido te manda simplesmente desaparecer do local e fugir. Não sei qual desses é o responsável por essa fuga desta vez. Só sei que meu coração está incomodado e eu não estou sabendo resolver hoje se quero viver a tal verdade do mundo. Realmente, eu não sei!
UMA ESPERANÇA

Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:
- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.
- Ela quase não tem corpo, queixei-me.
- Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.
Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.
- Ela é burrinha, comentou o menino.
- Sei disso, respondi um pouco trágica.
- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.
- Sei, é assim mesmo.
- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.
- Sei, continuei mais infeliz ainda.
Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse.
- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim. Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.
Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:
- É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...
- Mas ela vai esmigalhar a esperança! respondeu o menino com ferocidade.
- Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.
O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.
Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.
Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?" Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.
in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Retorno de Saturno...

Uma certa vez, falando com uma pessoa num chat qualquer da vida, eu disse que toda vez que escutava a banda Detonautas Roque Clube, tinha dois sentimentos distintos: uma dose de amor para doar pra todo o planeta e uma profunda calmaria, capaz de me fazer adormecer, mesmo com os riffs mais pesados. Lembro escutar do rapaz do outro lado que a banda, mas precisamente, o vocalista e compositor principal - o Tico Santa Cruz - era espiríta e colocava em suas letras fundamentos da crença religiosa dele. Depois disso, percebi que nas músicas que mais me entristeciam, ele falava da ausencia da luz. Nas que me adormeciam, eram verdadeiras orações e as que me faziam feliz, declarações de amor a alguém e principalmente a vida! Descobri por esses dias, que a banda lançou um cd novo, denominado "O retorno de Saturno", e quando descobri isso apenas sorri. Este é o ano do meu saturno, dizem que quando há o retorno de Saturno ao signo natal é que aquele ciclo de vida se completa. Independente do que a astrologia fale ou o espiritismo ou mesmo a minha religião que professo (Cristianismo católico) digam, a verdade é que 2008 está sendo pra mim o ano das mudanças psicológicas e principalmente pessoais. Estou me descontruindo e me refazendo. E foi escutando esta banda que amo, que descobri uma oração em forma de música, linda, pura e simples! E como diria uma frase de algum santo que esqueci o nome agora (acho que era São Francisco, padroeiro da ecologia) "quem canta, ora duas vezes" pois entoa a Deus pedidos em tons melodiosos (esta última parte é comentário meu!). Então que se faça a vontade de Dele e que essa oração possa ser vivida por aqueles que a escutarem!


Oração do Horizonte
(Tico Santa Cruz)

Nós vivemos a verdade
Que reluz do coração
Somos força e coragem
Enfrentando a escuridão
E onde o amor for infinito
Que eu encontre o meu lugar
E que o silêncio da saudade
Não me impeça de cantar
Talvez você me encontre por aí
Quem sabe a gente possa descobrir no amor
Sonhos iguais
Noites de luz
Que os dias de paz
Estão em nós
Que o desprezo que nos cerca
Fortaleça essa canção
E que o nosso egoísmo
Se transforme em união
E onde o amor for infinito,
Que eu encontre o meu lugar
E que o estorvo da maldade
Não me impeça de voar
Talvez você me encontre por aí
Quem sabe a gente possa descobrir no amor
Sonhos iguais
Noites de luz
Que os dias de paz
Estão em nós
A bondade é fortaleza
O amor tudo é capaz
Que a cegueira da certeza
Não sufoque os ideais do amor
Do amor

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Vida louca, vida breve...

O tempo voa...meu relógio parece ter asas, meu calendário parece pular as datas...e os segundos quando preciso que passem rapido, parecem horas infindáveis...e as horas, perto de pessoas especiais, parecem mero segundos...e como diria o poeta Cazuza: "...Vida louca, vida, vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve..."
Vida se for me levar, que seja para o paraíso, mas por enquanto prefiro ficar aqui e viver a vida...mesmo ela sendo louca...mas eu gosto dela mesmo assim!! [Post feito a base de Hero - Chad Kroeger feat Josey Scott]

sábado, 12 de julho de 2008

But I don´t know how to say I love you...

"Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos

E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo

E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo
É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto."
(Preciso Dizer Que Te Amo - Dé/Bebel Gilberto/Cazuza)

terça-feira, 8 de julho de 2008

I believe in miracles...

As vezes tudo o que você deseja é passar despercebida. Quer, apenas não ser vista. Não ser ouvida. Quer apenas, não existir. Mas a vida te traz anjos. E os anjos vem acompanhados de doçura, alegria e principalmente de luz. E você, mesmo não querendo, acaba envolvida por esta luz. Uma luz diferente, sem aquecer demais, sem cegar demais. Tudo na medida certa. Exata. Quase perfeita. E quando você acorda e se dá conta da situação, ela já te envolveu, já te abraçou e você se vê totalmente participativa da luz. Você já não pode fugir! Você nem ao menos pode fingir! Apenas, fica feliz! E vê passáros coloridos em dias cinzentos. Ouve risadas de bebês, envolta por confusão de sons. Você realmente fica boba! E incrível, fica feliz!! E sorri sozinha escutando uma música no mp3. E fica meio desligada no meio do dia, com o telefone tocando e você apenas observando uma nuvem passar! E os amigos riem e você ri junto. Ou ri sozinha. Ou apenas sorri. A felicidade pode até ser clandestina, mas te deixa bonita, alegre e a torna mais boba, mas acima de tudo, a torna a mulher mais feliz desta face iluminada deste lugar lindo, azul, e perfeitamente verde chamado Terra!!

E uma frase se torna real para você: I believe in miracles...and I really believe in angels, in sweet angels...

:o)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Como se diz: Eu te amo?


"[...]O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?[...]"
(Vamos fazer um filme - Renato Russo)