quarta-feira, 16 de abril de 2008

A beira de um surto...

Ela acordou cansada. Mais uma noite com sonhos estranhos e desconexos. Viagens em questão de segundos. Pessoas conhecidas e desconhecidas. Amores instantâneos e incrivelmente verdadeiros. Situações que se encaixavam perfeitamente e outras que pareciam uma viagem de Spielberg. Assim foi mais uma noite de sono, se podemos dizer que houve sono nesta noite. Acordou cansada, com o braço dolorido e iniciou as atividades do dia.

Iniciar não significa concretizá-las, essa era a verdade nos últimos tempos. Tentou mais uma vez se concentrar em suas atividades, mas nada de conseguir fazê-las. Os sonhos estranhos e desconexos da noite não saiam de sua mente. A concentração voava como fumaça no vento. E aquela pressão estranha no peito voltava a incomodá-la novamente.

Tomou banho, almoçou e a pressão somente aumentava. Ela tinha a sensação que das duas uma: morreria dentro de instantes ou apenas enlouqueceria!! A única idéia que vinha a sua mente era de fuga. Fugir de tudo, de todos, simplesmente desaparecer daquela casa, daquele bairro, sumir do país!! Nunca como hoje ela desejou tanto virar fumaça e desaparecer. Mas ela não virava fumaça. Não desaparecia. Pelo contrário, a impressão era que seu corpo pesava uma tonelada. E isso a fazia mais mal. Mesmo com tudo isso, foi caminhando para cumprir suas atividades da tarde. Quanto arrependimento. Ela deveria ter ido a qualquer lugar, menos entrar naquela sala. Aquelas pessoas, aquelas conversas, aquelas reclamações e reclamações, faziam sua pressão no peito só aumentar. A vontade de sumir só aumentava. A vontade de virar fumaça, nada de concretizar!! Respirou fundo, colocou a música no ultimo volume e conseguiu se desligar daquilo tudo! Pelo menos por algumas horas ela sumiu daquele lugar...

Resolveu sair dali e ir em qualquer lugar. Entrou no centro comercial. Pagou um ingresso, nem viu qual o filme do dia. Sentou na sala, praticamente vazia, e deixou o filme a levar. Providencial aquele filme. O dia parecia ser refletir ali. Durante as quase duas horas, um resumo de tudo passava na tela, na mente, no coração. Saiu mais aliviada e voltou para casa. Bem, ela concluiu que enlouquecer ainda não havia ocorrido...mas as pressões no peito, indicavam que a vida precisava mudar e rapidamente!

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